Varejo Cresce em Janeiro, mas Setor de Serviços Desacelera: Quais os Impactos para a Economia?
As vendas do varejo brasileiro cresceram 2,8% em janeiro, enquanto o setor de serviços recuou 4,1%. Confira os impactos desse cenário econômico e as tendências para o mercado.


Em janeiro, as vendas do varejo ampliado no Brasil registraram crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, o setor de serviços apresentou uma retração de 4,1%, conforme dados divulgados pela Getnet, empresa de meios de pagamento do Santander Brasil.
A queda no segmento de serviços marca o terceiro resultado negativo consecutivo em comparações anuais. No mês, a retração foi de 0,1%, pressionada especialmente pelos setores de alojamento e alimentação, que recuaram 1,8%. O relatório do Santander destacou o impacto desse dado: "O segmento apresentou o segundo mês consecutivo de recuo, refletindo uma tendência preocupante." Apesar disso, a categoria "outros serviços às famílias" teve alta expressiva de 4,9%.
No varejo restrito — que exclui materiais de construção, automóveis e autopeças — as vendas cresceram 4,5% em relação ao ano anterior, mas caíram 1,6% comparado a dezembro. Apenas o setor de combustíveis registrou crescimento mensal, com alta de 2,2%.
Outros segmentos apresentaram quedas significativas:
Supermercados: -3,5%
Vestuário: -10,7%
Móveis e eletrodomésticos: -5,3%
Artigos farmacêuticos: -1,2%
Os analistas Gabriel Couto e Rodolfo Pavan, do Santander Brasil, interpretaram os dados com cautela: "O cenário é neutro para serviços às famílias e negativo para o varejo restrito e ampliado. Apesar do recuo em janeiro, há sinais de retomada na segunda metade do mês."
Os especialistas destacaram que, por ora, não há indícios claros de uma desaceleração econômica mais acentuada no curto prazo, mas alertam para uma possível acomodação no setor de serviços.